segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dia do Autor Português




Algumas imagens da Tertúlia de Poesia Portuguesa, na Biblioteca da nossa Escola

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Um Serão Poético. Dia do Autor Português

Concorrendo com a abertura do Rock in Rio, realizámos na passada sexta-feira à noite, na Biblioteca da nossa escola, o anunciado Encontro de Poesia comemorativo do Dia do Autor Nacional . A sala estava bem composta, com alunos, professores, Encarregados de educação, dois elementos da Direcção e uma funcionária. Na mesa, dirigindo os trabalhos, estiveram a profª Olga e o David Silva (do 11ºE) e, ainda, os poetas convidados, Jorge Castro e Rui Ferreira.
O programa iniciou-se com a voz do João Mateus, acompanhado ao piano pelo Tomás Castro (ambos do 11ºE). Quem não tinha, ainda, ouvido o João a cantar, ficou muito surpreendido com a qualidade da sua voz e interpretação.
O poeta Jorge Castro relatou-nos, por seu lado, as actividades que desenvolve em prol da poesia, e brindou-nos com alguns dos seus poemas, onde se evidencia uma busca do "eu" e das "raízes". (Fiquei fã do poema "carochinha", que gostava de brevemente aqui transcrever, se o autor me der permissão...).
O nosso poeta David Silva leu alguns poemas que fazem parte do seu livro, recentemente publicado, Terra Fria.
Houve ainda oportunidade de ver uma apresentação de fotografias sobre o Parque dos Poetas, da autoria da Rita Abreu (10ºE), e escutar o sr. Rui, poeta popular (... e marido da D. Rita).
Alunas do ensino Básico e do Secundário declamaram ao longo da sessão, poemas de autores portugueses, ilustrando o tema do nosso encontro.
A todos os que colaboraram e contribuíram para um serão tão rico e agradável, o sincero obrigado da organização (a Biblioteca e o Clube do Património). Ainda um especial agradecimento aos colegas da escola-vizinha, por nos terem emprestado o piano.

E, por a poesia popular ser pouco estudada, mas não menos interessante, aqui fica um excerto do poema Parque dos Poetas, da autoria do sr. Rui Ferreira:


Quando há vontade de sobra
de lutar e de vencer
há quem ponha mãos à obra
p'ra que ela possa nascer.

Assim foi cá em Oeiras
onde o sol p'ra todos brilha
tanta gente sem "barreiras"
ergueu esta maravilha

(....)
Foi este um dos desafios
a uma arte rica e bela
não precisa de elogios
porque ela fala por ela.

(...)
Sei que os homenageados
que vemos por todo o lado
dirão sensibilizados
Oeiras, muito obrigado!
(Autor Rui Ferreira)

Luísa Godinho

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Gostas de POESIA?

Escreves poesia?
Declamas?
Gostas de ouvir poesia?
Então 6ª feira, dia 21, vem até à Biblioteca da nossa Escola, às 21h.
O prato forte é a poesia, mas também há música e imagem.
Um serão especial!

domingo, 16 de maio de 2010

Futebol e Multidões...

Os dois conceitos interligam-se na perfeição, mas não é bem a minha intenção ligá-los agora e aqui.
São somente pretexto para reflectir um pouco sobre fenómenos sociais e históricos (?) que nos acompanharam nas últimas semanas.
Assim, começando pelo caso do futebol, a recente vitória do Benfica provocou nos adeptos reacções de enorme alegria, a que a comunicação social deu relevo. Fosse em Lisboa ou no Porto (aqui com menor liberdade), ou em qualquer outro espaço de Portugal, benfiquista que se preze lá foi exprimindo ruidosamente o seu grande contentamento. Até aqui tudo normal e esperado... Menos esperado foi verificar a mesma felicidade em... Angola, Cabo Verde, Moçambique! Assistimos pelos telejornais aos naturais das nossas ex-colónias a gritar pelo "seu" Benfica nas ruas e avenidas. Contou-me uma amiga que, de férias em S. Tomé, presenciou os santomenses a seguirem apaixonadamente o relato dos jogos do campeonato português, em pequenos rádios colados ao ouvido... Hoje mesmo, os jornais dão conta da visita de uma comitiva do Benfica a Timor Leste, a convite de Xanana Gusmão, ele próprio adepto deste clube, e do grande amor dos timorenses pelo Benfica (e, eventualmente, por outros clubes lusos).
Realmente, razão tinha Salazar quando se referia à singularidade do colonialismo português! Claro que o argumento se prendia com a necessidade de justificar a manutenção de uma política colonial, enquanto as nações democráticas, lá fora, iam abdicando das suas colónias. Mas, lá que o fenómeno é extraordinariamente interessante... não o podemos negar. As ex-colónias africanas, com mais de três décadas de independência, mantém com a ex-metrópole laços apertados em forma de "bola". Dá muito que pensar!
Agora as multidões: O mesmo triunfo do Benfica fez explodir multidões por todo o lado; dias antes, a comemoração dos 36 anos da Revolução dos Cravos foi pretexto para recordarmos a multidão de portugueses nas ruas em 1974, particularmente no primeiro 1º de Maio em Liberdade ( como o profº Zé António referiu no seu post); a recente visita do papa Bento XVI a Portugal envolveu e fez sair à rua milhares e milhares de portugueses... Tenho reflectido, dado estas coincidências, sobre estes fenómenos de massas. Mas outro "efeito-multidão" se me apresentou de forma muito interessante na última sexta-feira, quando, com uns alunos do 12ºF, assisti ao filme/documentário Fantasia Lusitana, de João Canijo. As imagens de época testemunham as multidões que apoiavam Salazar, por exemplo, no Terreiro do Paço; ou que visitaram a exposição do Mundo Português; ou que assistiram à missa de inauguração e consagração do Cristo Rei, em Almada.
Temos aqui presentes vários tempos históricos da nossa contemporaneidade; temos também vários áreas, como a política, a religião, o desporto. Mas... e as multidões? Será abusivo pensar que as massas que apoiaram fervorosa e apaixonadamente Salazar e o Cardeal Cerejeira em 40, podem ter estado nas ruas em 58, junto de Humberto Delgado, e no Largo do Carmo em 74? E as massas que gritaram as palavras de ordem mais esquerdistas no 1º de Maio de 74, será que podem ter acompanhado esta semana o Santo Padre?
Resta-me a coerência dos adeptos do Benfica!

Luísa Godinho

Sempre o Marquês...

Desta vez, remetemos para um vídeo que retrata, de forma genérica e acessível, a obra do Marquês de Pombal no reinado de D. José I.
Ajuda a recordar e sistematizar a acção política do estadista de Oeiras.

Marquês de Pombal, do Prof. José Hermano Saraiva

domingo, 9 de maio de 2010

Concurso de Tshirts alusivas ao 25 de Abril de 1974





Os alunos das turmas de História do 3º Ciclo foram desafiados a decorar Tshirts com motivos alusivos à Revolução do 25 de Abril. Estiveram em exposição cerca de 170 Tshirts, o que demonstrou a grande adesão dos alunos a este concurso. Depois de contados os votos, das turmas do ensino básico, verificámos que a escolha dos votantes recaiu na Tshirt da Mariana Amaro do 7ºB. Parabéns Mariana!

Luísa Godinho

sábado, 8 de maio de 2010

8 de Maio de 1945, dia da Liberdade na Europa


8 de Maio de 1945, faz hoje 65 anos que o III Reich se rendeu às forças aliadas.
José António, prof. de Filosofia da ESQM

segunda-feira, 3 de maio de 2010

1º de Maio de 2010

Não sei bem por que razão, mas senti alguma obrigação cívica em escrever sobre o 1º de Maio. Decidi, então, escrever sobre a origem histórica do 1º de Maio, ideia que acabei por abandonar. É certo que a história do primeiro de Maio é importante e, certamente, tal texto seria mais adequado a um Blog de História. Contudo, entendi que esse escrito seria interpretando como mais uma comemoração histórica do acontecimento, uma efeméride do 1º de Maio. Confesso que desconfio de comemorações e efemérides, que são, quase sempre, celebrações do poder, e escondem, quase sempre, um “requiem aeternam dona eis”.

Recordei-me, então, do primeiro 1º de Maio que não vivi por me encontrar, desde o fracassado golpe spinolista das Caldas, detido na Base Aérea de Tancos. Por alguns momentos, pensei contar-vos como fiquei impressionado, não com as imagens das grandiosas manifestações, mas, sim, com o brilhozinho nos olhos dos manifestantes. Nesse dia, estranhamente, os portugueses tornaram-se, de repente, educadíssimos, simpatiquíssimos, pediam mil desculpas uns aos outros. Foi, no fundo, o saborear, pela primeira vez ou talvez a última, da vivência da liberdade, mas saboreava-se, também, o gosto da solidariedade, do amor, da fraternidade, que são irmãs gémeas da liberdade. Para não ser interpretado como um saudosista, resolvi abandonar esse escrito, até porque detesto o saudosismo, esse atavismo lusitano que muito mal tem feito a Portugal. Lembrei-me, então, do segundo 1º de Maio, o da discórdia, marcado pelos arrufos entre os partidários da liberdade e da não-liberdade, ou melhor, pelo confronto entre os dois imperialismos. Aquela gente, que vivera tão intensamente a liberdade era, um ano depois, marcada por uma negatividade extrema. O brilhozinho nos olhos desaparecera e dera lugar a um semblante grave, a fraternidade dera lugar ao ódio, a liberdade dera lugar à prisão. Alguém fechava o estádio 1º de Maio para que outros não participassem na festa. Enfim, estavam criadas as condições para uma guerra civil, que se aproximava, dia após dia. Desisti de escrever sobre esse triste acontecimento. Afinal, num dia de festa e de unidade, será que valeria a pena recordar esse triste dia de Maio? Recordei-me, então, do último 1º de Maio, vivido no regime Marcelista, o da manifestação no Rossio, aquele em que a Marília foi presa no Cais do Sodré, reconhecida pelas manchas azuis que tinha na camisola, aquele em que alguns amigos meus, incluindo a Marília, foram presos. A Marília passou três semanas na temível prisão de Caxias e, não fosse o Inspector da PIDE/DGS Monteiro, nosso conterrâneo, aqui de Paço de Arcos, muito mais tempo teria estado presa. Subitamente, dei por mim a pensar se não estariam os nossos alunos fartos de conhecer estas histórias de um outro mundo, de uma outra época que não é a sua?

Na verdade, o meu pensamento não consegue deixar de estar obsessivamente fixado no 1º de Maio de 2010. Hoje, dia 1 de Maio de 2010, os problemas que se apresentam aos portugueses são incomensuráveis. Na verdade, como português e como cidadão, não posso esquecer que temos mais de dois milhões de trabalhadores precários e mais de seiscentos mil desempregados em Portugal. Quase por todo mundo, há uma forte desregulamentação do trabalho, por imposição do turbocapitalismo, que tende recuar a situação do trabalho, perigosamente, para níveis muito próximos dos finais do século XIX, princípios do século XX. Nesta ideologia turbocapitalista, o trabalho começa a ser visto não como um direito, mas como um dádiva do todo-poderoso mercado. A ditadura dos mercados financeiros e os paraísos fiscais vão eliminando a possibilidade de uma Europa social. A precariedade e a desregulamentação arrastam outro fenómeno - que julgávamos já ultrapassado - o cerceamento dos direitos cívicos. A globalização da mão-de-obra criou um “exército de reserva”, que desvalorizou o trabalho e os fluxos migratórios arrastam consigo outras consequências, tais como: o racismo e a xenofobia. O espectro da China, onde, ironicamente, os direitos dos trabalhadores são nulos, e onde se festeja o 1º de Maio com pompa e circunstância, vai ensombrando todo o mundo ocidental. Enfim, as centrais sindicais prometeram protestos neste 1º de Maio de 2010, em Lisboa, e noutras principais cidades do país. Tendo consciência do conjunto destes problemas sistémicos, é legitimo que pergunte, enquanto cidadão e trabalhador sindicalizado, quais as razões dos protestos e a quem devemos apresentar o nosso veemente protesto. Receio que os responsáveis pelos problemas que vivemos no 1º de Maio de 2010 sejam uma identidade sem rosto.


José António, Prof. de Filosofia da ESQM