sábado, 30 de abril de 2011

30 de Abril, recordar a História




Há dois acontecimentos dignos de registo para a História, que ocorreram a 30 de Abril, com 30 anos de intervalo. Refiro-me à morte de Hitler (30/04/19 45) e ao fim da guerra do Vietname (30/04/1975).
Ambos são voltar de páginas trágicas na História do séc. XX.

Hitler ter-se-á suicidado (?) juntamente com a sua mulher - Eva Braun - aquando da entrada das tropas soviéticas em Berlim. A vida de Hitler deixou atrás de si um rasto de morte, violência, racismo, fanatismo, ... que mancham sobremaneira o séc. XX.
A guerra do Vietname deixou igualmente um rasto de horror, devido aos bombardeamentos aéreos, à utilização do herbicida agente laranja, às bombas de napalm...
Os virar de página hoje evocados tiveram, contudo, efeitos diferentes a nível de opinião pública.
Assim, a maioria da sociedade alemã que viveu a guerra e o nazismo adoptou, em geral, uma posição que muitos chamam de "amnésia", negando ter tido conhecimento dos horrores que os Aliados agora divulgavam ao mundo. Os filhos destas gerações encontraram, nas décadas seguintes, poucas respostas junto de pais e avós. Felizmente, nos últimos anos, a Alemanha tem investido quantias enormes e envolvido recursos imensos na divulgação da história do II Guerra Mundial, do nazismo, do holocausto... Hoje nenhum alemão pode dizer que não sabe.
Pelo contrário, em relação à guerra do Vietname, o seu efeito na opinião pública americana foi uma enorme frontalidade e contestação, com os movimentos peace and love, os hippies, o crescimento do rock. Se a grande América tinha agido de forma tão violenta contra uma sociedade pobre e camponesa do sudeste asiático, se o seu próprio número de mortos era tão elevado, então os jovens não se queriam identificar com o Estado nem com o americano tradicional. Esta contra-cultura influenciou jovens por todo o mundo nos anos 60 e 70.

Luísa Godinho

segunda-feira, 25 de abril de 2011

História e Literatura

Comemora-se hoje o 37º aniversário do movimento militar que instaurou a democracia em Portugal. Vivi-o intensamente, mais pela alegria dos meus 15 anos, do que por plena consciência política. Esta foi-se construindo num misto de valores de prática de cidadania, de solidariedade, de justiça, de crítica... Habituei-me a respeitar os políticos, independentemente de concordar ou não com a sua cor política, porque achava que perseguiam o sonho da (re)construção de um país melhor.
Hoje, 37 anos depois, estou muito desiludida com quem nos governa e com quem aspira a governar-nos. Uns, jogando primorosamente o jogo da vitimização , outros, ausentes em parte incerta (fazendo aparições sumárias no facebook), outros, mostrando-nos a intimidade da sua casa de subúrbio e da família (de um mau gosto inqualificável), todos, de repente, preocupados com os velhinhos, os doentes e, até... os professores. Enfim, não há paciência!
Por isso, depois deste desabafo, as minhas palavras vão noutro sentido: por ter tido tempo, paz e descanso para ler muito nestas férias (uso intencionalmente a palavra férias, em vez de interrupção das actividades lectivas, pela carga psicológica positiva que encerra, apesar de politicamente incorrecta no momento presente), consegui ler alguns números atrasados da revista Visão, que se amontoavam na minha mesa de cabeceira. Destaco, então, uma entrevista muito interessante à escritora algarvia Lídia Jorge, a propósito da publicação do seu último romance A Noite das Mulheres Cantoras. Já para o final da entrevista, encontro uma ideia com que me identifico completamente, mas que nunca conseguiria transmitir de forma tão atraente: "[...] Para se reconstruir a vida de hoje, também se pode ler jornais. Mas vai faltar-lhes sempre a dimensão do sonho, do desejo de como se queria que a vida fosse. Isto, só a ficção, a literatura, a poesia, o teatro, é que dão. "
Ao jornalista e ao historiador [acrescento eu], faltará "a dimensão do sonho". Essa está na literatura (e também na arte). Isto para justificar a importância que damos nas nossas aulas de História à produção literária e artística dos períodos em estudo, na procura de uma visão mais plural e real do homem e da sociedade.
Por isso, no dia 25 de Abril, termino com um Viva a Literatura! Faz-me mais feliz.

Luísa Godinho

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Concurso Figuras da República


No âmbito das comemorações do centenário da Implantação da República, os alunos de História do 3º Ciclo produziram dezenas de trabalhos que estiveram em exposição na segunda quinzena de Março.
Os três trabalhos mais apreciados, através do número de votos contados, são os que aqui apresentamos.

Agradecemos a dedicação de todos os que se envolveram nas actividades desenvolvidas e felicitamos os talentosos artistas!

A Educação na I República



O grupo de História da ESQM comemorou, no presente ano lectivo, o centenário da República Portuguesa. Fê-lo em Março porque foi neste mês que o jovem governo de 1910 publicou importante legislação sobre a instrução. Recreámos, por isso, uma sala de aula dos tempos republicanos, a par de uma exposição com objectos do mesmo período. Os alunos tinham sido desafiados a criar bustos e desenhos de figuras da República, bem como trabalhos sobre a toponímia republicana do Concelho de Oeiras. Todos os trabalhos foram expostos, continuando as comemorações com uma palestra sobre Mulheres da Primeira República, da responsabilidade do Dr. João Esteves, e uma dramatização sobre figuras distintas deste período.
Consideramos muito positivo o conjunto das actividades, pelas novas aprendizagens e, particularmente, pelo envolvimento dos alunos.